27 maio 2010

ESPELHO

Se você não se enxerga no espelho
Olhe nos meus olhos

Se você não quer se ver
Olhe para mim

Se você não se quer assim
Deixe que eu te queira

Fuja de você
E venha para mim!

Só que não demore demais, estou de passagem pela sua vida...


* Imagem "Espelho" de Rene Magritte

09 maio 2010

Em seus braços...



Então acabou, a alegria dele era visível, a tristeza dela sentida.
Não existiam palavras que exprimissem a dor que estava em seu peito, nem lágrimas que a aliviassem.

Ele ofereceu seu braço, seu ombro, ela se aninhou ali, na dobra, ficou tentando se acalmar, respirando fundo, estava gelada, não só pelo ar-condicionado que estava no último. Aos poucos foi melhorando e sentindo o calor do corpo dele, foi “acordando”, se aconchegando e assim esqueceu-se do resto, do mundo lá fora, das suas dores, das suas frustrações e se deixou levar pelo o que ele podia proporcionar.

Era uma dança que só eles sabiam os passos, uma música que só eles ouviam, um momento único em que mais nada e ninguém tinha importância.

Enfim, o fim, a noite acabou, o sono veio, o dia chegou, e a dor foi embora....
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(Texto inspirado no livro “Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres” da Clarice Lispector)