09 maio 2010

Em seus braços...



Então acabou, a alegria dele era visível, a tristeza dela sentida.
Não existiam palavras que exprimissem a dor que estava em seu peito, nem lágrimas que a aliviassem.

Ele ofereceu seu braço, seu ombro, ela se aninhou ali, na dobra, ficou tentando se acalmar, respirando fundo, estava gelada, não só pelo ar-condicionado que estava no último. Aos poucos foi melhorando e sentindo o calor do corpo dele, foi “acordando”, se aconchegando e assim esqueceu-se do resto, do mundo lá fora, das suas dores, das suas frustrações e se deixou levar pelo o que ele podia proporcionar.

Era uma dança que só eles sabiam os passos, uma música que só eles ouviam, um momento único em que mais nada e ninguém tinha importância.

Enfim, o fim, a noite acabou, o sono veio, o dia chegou, e a dor foi embora....
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(Texto inspirado no livro “Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres” da Clarice Lispector)

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