25 novembro 2012

Ele me diz “Juízo!” e eu respondo “Juízo, prá quê? Passei da idade de ter!” E assim termina nossos encontros e conversas, até o dia que eu digo que tenho demais, que gostaria de ter menos, além da conta e ele responde que não tem, não concordo e digo “você é ajuizado sim” e me diz tristemente, se afastando, que está aprendendo a ter... Agora essa vontade maluca de perder o juízo, as responsabilidades, mandar tudo para o espaço e me jogar no que pode ser a maior das loucuras que já vivi. O que eu ganho e o que eu perco? Ainda não sei, mas o momento que ele foi se afastando tristemente dói em mim e até agora não faço ideia de como conseguir dirigir até em casa socando o volante do carro e tentando segurar as lágrimas de frustração. Até quando serei medrosa, até quando a vida vai me mandar homens enrolados??!! Preciso resolver isso ou vou ficar com mais uma estória mal resolvida na minha vida.... (olha a redundância!)

03 março 2012

Olhar



Abria a porta e no escuro do corredor eu o via chegando e a primeira coisa que me chamava a atenção era seu olhar de desejo ao me ver.

Olhar que era uma carícia, que me envolvia, me dava um frio na espinha, uma vontade de me jogar.

Vou sentir falta desse olhar, desse jeito de me ver e me querer, desse desejo explicito, sem vergonha nenhuma.

Já tive outros olhares desse tipo, em outras épocas, mas nenhum me marcou tanto e me fez tão bem.

Talvez o problema tenha sido esse mesmo, não passou de desejo, de vontades que depois de saciadas, deixam de existir.

Pelo menos sei que não foi a única a sair marcada dessa experiência, porque tenho certeza que não serei esquecida, foram olhares e muito mais... mais.... e mais... e outras vezes mais.

Agora fechei a porta, o corredor escuro ficará vazio, o olhar desapareceu, a vontade morreu, eu continuo meu caminho e quando bater a saudade tenho comigo esse olhar, porque mesmo não tendo imortalizado numa foto, irá ficar comigo prá sempre...