01 novembro 2010
Indignação!
Tenho tolerância zero com preconceito, sempre fui assim e vou morrer dessa forma, enquanto tiver força, voz e capacidade de entendimento vou “espernear” mesmo quando ver, ler, souber desse ato tão indigno.
Sou brasileira, paulista, heterossexual e orgulhosa da minha condição.
O que essa última eleição me mostrou através de emails, twitter, facebook é a que ponto chega o preconceito de pessoas ditas esclarecidas, inteligentes e cultas.
Conheço gays, negros, nordestinos, gaúchos, brancos, magros, japoneses, chineses, coreanos, gordos, carecas, cabeludos, tatuados, com piercing, homens, mulheres, publicitários, crianças, faxineiras, vice-cônsul, porteiros, presidentes de empresa, jornalistas, vendedores, advogados, estrangeiros, ricos, pobres, enfim uma gama de gente de tão diferente e às vezes com mais de uma característica acima.
Não me acho melhor e nem pior que nenhum deles, para mim somos todos seres humanos, com vontades, contradições, vivências, que faz de cada um de nós uma pessoa única.
Li hoje um comentário jocoso sobre a possibilidade da nova presidente ser gay, vindo de alguém que já sofreu preconceito por isso mesmo.
Se ela realmente for, não faço idéia se é mesmo, mas para quem levanta a bandeira dos GLSs deveria ficar feliz porque uma pessoa foi eleita democraticamente pelo voto, independente de ser homossexual ou não, se é mulher ou não, para mim isso não faz diferença.
Também li vários comentários mega preconceituosos sobre os nordestinos, fiquei calada para não “perder a amizade”, mas será que vale a pena ser amiga de uma pessoa que se acha tão “superior” a ponto de discriminar uma pessoa pelo lugar que ela nasceu?!
Não sou perfeita, estou longe disso, erro também, já fiz e provavelmente vou fazer comentários infelizes e espero que as pessoas que realmente gostem de mim chamem a minha atenção para que eu não faça mais isso, porque é feio, porque é degradante, porque nivela a pessoa ao que há de mais baixo, de mais nojento.
A historia tem vários exemplos de discriminação e todos sabemos como terminou uma delas no século passado, com a morte de seis milhões de pessoas e ainda tem gente no mundo que diz que isso foi mentira, me poupe!
Quero deixar registrado aqui a minha indignação, quero vomitar tudo que tive que agüentar calada nos últimos meses, porque não dá mais e como disse o Gonzaguinha “Explode Coração”!
Boa noite, Brasil, eu acredito em você, no nosso futuro e se eu estiver errada Deus me perdoe, sou apenas um ser humano tentando melhorar a cada dia!
17 junho 2010
Despedida
Sou especial e você não vai saber
Sou emocional e você não vai sentir
Sou passional e você não vai se aproveitar
Foi bom estarmos juntos no mesmo espaço e tempo
Foi bom ter interagido
Foi bom ter te ouvido
Foi bom ter te conhecido
Talvez deixe uma fagulha em você
Levo comigo uma fogueira dentro de mim
Aprendi muito com você, talvez não o que foi proposto
Mas uma porta se abriu para mim
O tempo passou, me vou, já fui...
03 junho 2010
Platônico
27 maio 2010
ESPELHO
09 maio 2010
Em seus braços...
Então acabou, a alegria dele era visível, a tristeza dela sentida.
Não existiam palavras que exprimissem a dor que estava em seu peito, nem lágrimas que a aliviassem.
Ele ofereceu seu braço, seu ombro, ela se aninhou ali, na dobra, ficou tentando se acalmar, respirando fundo, estava gelada, não só pelo ar-condicionado que estava no último. Aos poucos foi melhorando e sentindo o calor do corpo dele, foi “acordando”, se aconchegando e assim esqueceu-se do resto, do mundo lá fora, das suas dores, das suas frustrações e se deixou levar pelo o que ele podia proporcionar.
Era uma dança que só eles sabiam os passos, uma música que só eles ouviam, um momento único em que mais nada e ninguém tinha importância.
Enfim, o fim, a noite acabou, o sono veio, o dia chegou, e a dor foi embora....
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(Texto inspirado no livro “Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres” da Clarice Lispector)
29 abril 2010
Desabrocho
Sob seu olhar eu desabrocho
Sob seu olhar perco meu jeito
Sob seu olhar me sinto despida
Sob seu olhar me sinto perdida
Fazemos uma dança muda
Mexemos os pés ao mesmo tempo
Na mesma direção
Nos olhamos no mesmo instante
Nossas mãos se tocam sem percebermos
Ainda não sei o que é isso
Onde vai dar
Se tem futuro ou se terá passado
Só sei que no presente eu desabrocho
E me descubro!
17 abril 2010
Estranho amor, forte amor, louco amor
Como se põe um amor de 26 anos em palavras? Não faço ideia.
Lembro bem do dia que o vi a primeira vez, foi na TV na Gazeta com o vídeo “Pride” em 1984, fiquei doida, quem é aquele cara lindo, que canta com a força de um deus e a voz de um anjo?
Descobri que era uma banda irlandesa chamada U2 e que ele era o Bono Vox (segundo nome que não usa mais).
- Muito prazer, lindo, maravilhoso, quero saber mais de você, quero fazer parte da sua vida, ou melhor, já que isso não é possível, que venha fazer parte da minha.
Desde esse dia ele me acompanhou na faculdade, nos meus namoros, na primeira transa, nos meus sucessos, nos meus desencontros, no meu crescimento. Ficava algum tempo sem dar notícia, mas quando dava era sempre em forma de música. De longe também acompanhei as mudanças de visual, de comportamento, de aumento da família, da participação cada vez mais ativa em movimentos sociais e nesse ponto sou obrigada a reconhecer o envolvimento da minha eterna “rival”, a Ali, sua esposa. Ai, como já senti inveja dessa mulher, mas passou, ele é meu amor idealizado.
Quando veio ao Brasil em 1998 eu era uma das primeiras na fila para comprar os dois ingressos do show em São Paulo, me arrependi de não ter ido ao Rio e foi uma emoção indescritível quando ele entrou no palco naquele janeiro, verão, ainda tinha sol quando chegou e já cantando. Foi uma coisa linda, jamais vou esquecer, ainda teve a dose dupla no dia seguinte, mais perto, na pista, mas nunca perto o suficiente para matar a minha vontade de agarrá-lo, apertá-lo, de ser escolhida para dançar com ele, juntinho...
Depois ficou anos sem aparecer por aqui, voltou em 2006 e fui taxada de louca por muita gente, enfrentei uma fila de 12 horas e não consegui comprar o ingresso, cheguei em casa quase meia-noite chorando, sem acreditar que ele viria e que não estaria lá para vê-lo. Para o segundo show a venda foi por telefone e mais de 10 pessoas estavam tentando comprar para mim, o medo era que infartasse ou coisa parecida se não fosse encontrá-lo. Deu tudo certo, fui a primeira a conseguir comprar e ainda peguei para mais gente. Perto do show consegui comprar ingresso para ir no outro também, a desorganização foi tanta que não sei como a empresa que vendeu os ingressos não faliu por conta das pragas que eu e milhares de pessoas jogamos.
Mais uma vez eu tive a oportunidade de estar no mesmo lugar, de poder cantar, gritar, me emocionar, foi demais. E desde então estou esperando por ele. Infelizmente não pude sair do Brasil para ir ao seu encontro, ainda estou na torcida que ele venha e me faça feliz novamente.
Dia 10 de maio ele completa 50 anos, sempre brinquei com minhas amigas que se me vissem abraçada a um homem mais velho podiam apartar que era briga e no entanto chegou o dia em que me vejo apaixonada por um cinqüentão. Claro que não é qualquer cinqüentão, é O cinqüentão. Mas também depois de 26 anos eu também não sou mais uma mocinha, os cinqüenta logo virão ao meu encontro, mas até lá vou curtir o dele.
Claro que tudo isso é um amor de fã, não tem uma conotação de não ter noção da realidade. Suas músicas, as letras, sua poesia falam ao meu coração, mesmo após tanto tempo. É desse amor que eu falo, que me alimenta, que me faz bem e que me deixa louca, pirada quando sei que ele está em terras tupiniquins.
Enfim, meu “amor” fará 50 anos dia 10 de maio, ele se chama Paul Hewson, vulgo Bono, vocalista do U2, que irei amar até mesmo quando ele for centenário e ninguém, jamais, vai ocupar o espaço que ocupa no meu coração e na minha vida.
Obrigada por me fazer tão bem, Bono!
www.paulhewson.com
www.u2.com
21 março 2010
AMOR TRANSCENDENTAL
Esses dias vi mais de uma pessoa infeliz ou por falta de amor ou por excesso de amor. Sim, tem gente que é infeliz por excesso. Tudo que é demais também cansa, exaure, faz com que a outra pessoa canse. Amor por demais gera ciúmes, controle, desconfiança.
A falta de amor faz com que a pessoa se sinta incompetente, por não conseguir ter na vida a família do comercial de margarina, de carro novo, de viagem.
Vou fazer um parênteses aqui: tem um novo comercial de margarina que mostra uma nova relação, um filho com ciúmes da mãe por conta do namorado novo, sinais dos tempos? Será que os publicitários sacaram que essa família perfeita que venderam por tanto tempo só existia na cabeça deles?
Voltando ao texto, conversando com uma amiga essa semana ela me falou algo que me fez pensar no assunto, me disse que as pessoas não procuram o AMOR, mas sim o casamento, um namorado, não existe sentimento quando a outra pessoa expressa que está querendo ter alguém na vida.
Entendi o que ela quis dizer, só que prá mim é muito difícil alguém assumir com todas as letras que está carente, talvez nem ela saiba como expressar isso, que o que quer mesmo é um AMOR, um sentimento que a mantenha viva, que a faça querer ficar mais bonita, mais viva, porque existe alguém que vai olhá-la, que vai dizer “Oi, estou aqui!”, aprendi que precisamos do OLHAR do outro, por mais individualista que sejamos, por mais independentes, livres, etc, faz parte do nosso DNA talvez, essa necessidade de um alguém nas nossas vidas.
Pelo menos eu sinto muito falta, demorei anos para assumir isso, quero ter esse SER ESPECIAL, não perfeito, não encantando, não modelo de comercial de roupa da moda, mas sim um SER HUMANO, como eu, que tem vontades, desejos, raiva, fome, alegria, inteligência, integridade, momentos ruins, momentos bons, que vive a vida como ela é e não como os filmes de Hollywood vende, porque ninguém mostra depois do THE END.
Procurei o significado da palavra TRANSCENDENTAL que me veio a cabeça quando resolvi escrever esse texto e tem mais de um, o primeiro é a relação de Deus com o mundo e o segundo é mais conceitual, é como vemos o mundo, como constituímos um objeto e como o experimentamos.
Talvez nenhum dos dois significados expressem o que queria dizer, sei que o amor que procuro é o do dia-a-dia, que agüenta o tranco dos congestionamentos, da falta da imaginação, da preguiça de ir na padaria comprar pão fresco, da paciência com o excesso de trabalho, da festa de família, de empresa, que lembra de comprar um flor para enfeitar a casa, que traz um mimo sem motivo algum, que manda torpedo também sem razão, que diz que bonita a roupa nova que comprou, que percebe que a roupa de cama é nova, que simplesmente senta do seu lado no sofá e não se preocupa onde está o controle remoto e sim onde está sua mão para poder pegar.
Esse é o meu transcendental, espero que existe alguém em algum lugar que pense parecido, senão continuarei com a minha programação normal, sem plantões extraordinários do Jornal Nacional.
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